A resiliência é frequentemente referida por processos que explicam a "superação" de crises e adversidades em indivíduos, grupos e organizações (Yunes & Szimansky, 2001, Yunes, 2001, Tavares, 2001).
Alguns estudiosos reconhecem a resiliência como um fenómeno presente e comum no desenvolvimento de qualquer humano (Masten, 2001).
Em psicologia, o estudo do fenómeno resiliência e relativamente recente e a sua definição não é clara.
Os precursores do termo resiliência na Psicologia são os termos invencibilidade ou invulnerabilidade, ainda bastante referidos na literatura. Vários autores (Masten & Garmezy, 1985; Rutter, 1985; Werner & Smith, 1992) relatam que "em 1974, o psiquiatra infantil E. J. Anthony introduziu o termo invulnerabilidade na literatura da psicopatologia do desenvolvimento para descrever crianças que, apesar de prolongados períodos de adversidades e stress psicológico, apresentavam saúde emocional e alta competência" (Werner & Smith, 1992).
Segundo Rutter (1985, 1993), um dos pioneiros no estudo
da resiliência no campo da Psicologia, invulnerabilidade passa uma ideia de resistência absoluta ao stress, de uma característica imutável, como se fossemos intocáveis e sem limites para suportar o sofrimento. Rutter (1993) considera que invulnerabilidade passa somente a ideia de uma característica intrínseca do indivíduo, e as pesquisas mais recentes têm indicado que a resiliência ou resistência ao stress é relativa, que as suas bases são tanto constitucionais como ambientais, e que o grau de resistência não tem uma quantidade fixa, mas sim, varia de acordo com as circunstâncias (Rutter, 1985).
Martineau (1999) detectou três perspectivas distintas nos discursos vigentes sobre resiliência.
Em primeiro lugar, cita o discurso dominante e bem-documentado dos especialistas, resultante de elaborados estudos psicométricos e da análise estatística dos dados obtidos por medidas e em ambientes controlados através de resultados de testes, notas de escola e perfis de personalidade ou temperamento. Estes são alguns exemplos de instrumentos utilizados para se chegar a um conjunto de características e traços que identificam a "criança/pessoa resiliente".
Martineau sumariza que os principais traços vistos como características fixas da resiliência, que formam um consenso na opinião de diversos autores são: sociabilidade, criatividade na resolução de problemas e um senso de autonomia e de proposta.
Em segundo lugar, a autora analisa o discurso experiencial, menos valorizado e subordinado ao discurso dos especialistas, cuja base são os estudos qualitativos, com dados obtidos a partir de histórias de vida de adultos relatadas a psicoterapeutas (e identificados por outras pessoas como "resilientes"), nas quais "estão embutidas as idiossincrasias de memória, narrativa, identidade, interpretação e subjectividade" (Martineau, 1999).
Em terceiro lugar, Martineau apresenta o discurso de pessoas que trabalham directamente com crianças e adolescentes (educadores, psicólogos, assistentes sociais).
Alguns estudiosos reconhecem a resiliência como um fenómeno presente e comum no desenvolvimento de qualquer humano (Masten, 2001).
Em psicologia, o estudo do fenómeno resiliência e relativamente recente e a sua definição não é clara.
Os precursores do termo resiliência na Psicologia são os termos invencibilidade ou invulnerabilidade, ainda bastante referidos na literatura. Vários autores (Masten & Garmezy, 1985; Rutter, 1985; Werner & Smith, 1992) relatam que "em 1974, o psiquiatra infantil E. J. Anthony introduziu o termo invulnerabilidade na literatura da psicopatologia do desenvolvimento para descrever crianças que, apesar de prolongados períodos de adversidades e stress psicológico, apresentavam saúde emocional e alta competência" (Werner & Smith, 1992).
Segundo Rutter (1985, 1993), um dos pioneiros no estudo
da resiliência no campo da Psicologia, invulnerabilidade passa uma ideia de resistência absoluta ao stress, de uma característica imutável, como se fossemos intocáveis e sem limites para suportar o sofrimento. Rutter (1993) considera que invulnerabilidade passa somente a ideia de uma característica intrínseca do indivíduo, e as pesquisas mais recentes têm indicado que a resiliência ou resistência ao stress é relativa, que as suas bases são tanto constitucionais como ambientais, e que o grau de resistência não tem uma quantidade fixa, mas sim, varia de acordo com as circunstâncias (Rutter, 1985).
Martineau (1999) detectou três perspectivas distintas nos discursos vigentes sobre resiliência.
Em primeiro lugar, cita o discurso dominante e bem-documentado dos especialistas, resultante de elaborados estudos psicométricos e da análise estatística dos dados obtidos por medidas e em ambientes controlados através de resultados de testes, notas de escola e perfis de personalidade ou temperamento. Estes são alguns exemplos de instrumentos utilizados para se chegar a um conjunto de características e traços que identificam a "criança/pessoa resiliente".
Martineau sumariza que os principais traços vistos como características fixas da resiliência, que formam um consenso na opinião de diversos autores são: sociabilidade, criatividade na resolução de problemas e um senso de autonomia e de proposta.
Em segundo lugar, a autora analisa o discurso experiencial, menos valorizado e subordinado ao discurso dos especialistas, cuja base são os estudos qualitativos, com dados obtidos a partir de histórias de vida de adultos relatadas a psicoterapeutas (e identificados por outras pessoas como "resilientes"), nas quais "estão embutidas as idiossincrasias de memória, narrativa, identidade, interpretação e subjectividade" (Martineau, 1999).
Em terceiro lugar, Martineau apresenta o discurso de pessoas que trabalham directamente com crianças e adolescentes (educadores, psicólogos, assistentes sociais).
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